DIA DO SERVIÇO DE SAÚDE

No dia do Serviço de Saúde, FAB destaca a saúde operacional

Na Operação Voltando em Paz, saúde operacional foi essencial para o bem-estar físico e psicológico dos mais de 1.500 brasileiros repatriados
Publicada em: 02/12/2023 08:00
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Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Eniele Santos
Edição: Agência Força Aérea

A Força Aérea Brasileira (FAB) demonstrou, durante a Operação "Voltando em Paz", seu compromisso com a saúde física e mental dos brasileiros repatriados da região afetada pela guerra no Oriente Médio. Além de garantir a segurança física dos cidadãos, a FAB também implementou uma abordagem psicológica e médica que visava oferecer suporte integral aos repatriados.

A missão de repatriação, desencadeada devido à crise na região, trouxe à tona a necessidade de lidar com questões de saúde mental e emocional, uma vez que alguns repatriados enfrentaram situações extremamente desafiadoras durante o período de guerra, evidenciando, assim, a importância da saúde operacional. Para atender a essa necessidade, a FAB estabeleceu um protocolo abrangente, que incluiu a avaliação psicológica e atendimento médico especializado.

Três aeronaves fizeram o traslado de mais de 1.500 brasileiros de Israel e Faixa de Gaza até o Brasil, totalizando dez voos ao longo de aproximadamente um mês e meio. E, em todos os voos, houve a presença de uma equipe médica capacitada dedicada ao apoio dos repatriados no caminho de volta ao Brasil. “Nesta aeronave é possível montar uma UTI aérea”, explicou o Major Médico Giuseppe Muccini de Carvalho Cavalcanti Fernandes, que fez parte da segunda equipe médica a bordo da aeronave KC-30 da FAB.

Operacionalização da Missão

Diante dos acontecimentos na região do Oriente Médio, o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), a Diretoria de Saúde da Aeronáutica (DIRSA) e o Comando-Geral do Pessoal (COMGEP) uniram forças com o propósito de prover capital humano e material para realizar o translado em segurança nas aeronaves da FAB. Partindo dessa premissa, ficou decidido pelo Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, e pelo Subdiretor de Saúde da Aeronáutica, Brigadeiro Médico Mauricio Ribeiro Braga, que as equipes de saúde seriam compostas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e psicólogos. Assim, as equipes foram montadas com militares de várias localidades do Brasil.

A DIRSA realizou a coordenação geral das equipes médicas engajadas nas aeronaves. Neste sentido, como parte do efetivo da Organização Militar e uma das profissionais que participou da Operação Voltado em Paz, a Major Médica Carla Isabel dos Santos Silvestre, relata que as equipes eram formadas inicialmente levando-se em consideração experiência em Evacuação Aeromédica, experiências em outras missões de voo e questões logísticas diversas.

“Vários atendimentos foram feitos e o que diferenciou um pouco é que nos primeiros foi possível ver quadros ansiosos diversos, síndrome do pânico, picos hipertensivos, insônia e até alterações orgânicas decorrentes do estresse vivido na guerra. Com o passar dos dias, foi possível ver pessoas que tinham interrompido tratamentos, que já não tinham medicações, que faziam uso de rotina. Vimos também crises ansiosas, dores na coluna, entre outros”, explica.

Ainda segundo a Major Médica Carla, a maioria das aeronaves levou material para suporte avançado de vida, sendo possível projetar uma UTI aérea, e maletas aeromédicas com todo o material avançado para atendimentos e intercorrências diversas.

Os últimos repatriados, vindos da Faixa de Gaza, foram encaminhados para um centro de acolhimento no Hospital da Força Aérea de Brasília (HFAB), onde receberam atendimento psicológico adicional, conforme suas necessidades individuais. Essa abordagem holística visava garantir que a transição para a vida no Brasil fosse o mais suave possível e que os repatriados recebessem o suporte necessário para reconstruir suas vidas.

Segundo uma das psicólogas do HFAB, Tenente Ronylene Magda Silva Lacerda Particheli, o quadro dos repatriados era estável, apesar de terem passado por momentos de estresse como privação de água, comida e sono, além de terem perdido familiares e amigos. "O alívio, a esperança, a perspectiva de uma nova vida com paz e boas perspectivas eram os sentimentos que prevaleciam. Assim, o nosso trabalho foi o de auxiliá-los nessa nova jornada e de incentivá-los", explica.

Como coordenador médico geral, o Subdiretor de Saúde Operacional da DIRSA, Brigadeiro Braga, ressalta que a Operação Voltando em Paz demonstrou, mais uma vez, o comprometimento irrestrito da Força Aérea Brasileira com todos os cidadãos brasileiros, corroborando o lema de que estará onde o Brasil e onde os brasileiros precisarem, sem medir esforços.

“Considero os apoios psicológico e clínico ofertados ao longo das missões de retorno um verdadeiro sucesso. O comprometimento, a vontade de fazer o bem, o desejo tenaz de trazer todos a salvo foi aparato norteador de decisões, mas o acolhimento praticado pelo Brasil em missões humanitárias é a característica mais evidente durante todo trabalho realizado. Característica que mais uma vez foi fortalecida por meio da atuação dos nossos militares. Diante de tudo que foi feito, me sinto extremamente feliz e gratificado com o sucesso da Operação Voltando em PAZ, na qual os brasileiros voltaram para suas casas, para sua pátria, para sua nação, em paz, com segurança, saúde e com todo o suporte necessário”, concluiu o Oficial-General.

Fotos: CECOMSAER e DIRSA